Roberto
DaMatta busca fazer um paralelo entre as ciências naturais que realizam
pesquisa e estudos em ambientes fechados e as ciências humanas que buscam em
ambientes sociais respostas que segundo ele não são únicas.
Sabe-se
que as ciências naturais estudam fatos simples tendo como matéria prima o
conjunto de fatos que se repetem e têm uma constância verdadeiramente
sistêmica. As ciências sociais estudam fenômenos complexos, não sendo fácil
isolar causas e motivações exclusivas, sendo difícil desenvolver uma teoria
capaz de apresentar resultado final.
Quando
o cientista social realiza pesquisa ele deve liberta-se do seu “eu” e buscar
relacionar seus modos de vida com a vivência da pesquisa, ou seja, no fundo a
antropologia social requer do pesquisador a libertação do preconceito, da forma
de ver os modos de vida do outro, “(...) fazer antropologia é realizar essa
transformação familiar em exótico e do exótico em familiar”. (DaMatta R. p.14)
Nas
ciências sociais trabalhamos fenômenos que estão bem perto de nós, pois
pretendemos estudar eventos humanos, fatos que nos pertencem integralmente. (DaMatta R. p.22) Com
essa afirmação, o autor compreende e
convida a todos os estudiosos para a realização de estudos sobre as diferentes
culturas existentes na comunidade.
DaMatta
afirma que os acontecimentos que formam matéria prima para o estudo das
ciências sociais são fenômenos complexos, impossíveis de serem reproduzidos e
que devem ser observados. Em seus exemplos o autor afirma que “podemos observar
funerais, aniversários, rituais de iniciação, trocas comerciais, proclamação de
leis e, comum, pouco de sorte, heresias, perseguições, revoluções, e incestos”. (DaMatta R. p.22)
Diz
o autor que além de não podermos reproduzir acontecimentos, temos que saber
conviver com a nossa posição, biografia, educação, interesses e preconceitos no
estudo da cultura do nosso próximo.
“Ver-se
desse modo que a resposta cultural é muito diferente da instrumental” diz o
autor em mais uma citação sobre a nossa forma de compreensão e para concluir,
“Por isso é que o estudo da Antropologia Social será sempre o estudo das
diferenças, plano efetivo e concreto em que a chamada humanidade se realiza e
torna possível”. (DaMatta R. p 34)
Com
base na citação do autor, chegamos à conclusão que todo estudo de relativização
apresentado está embasado na observação e comparação das diferenças culturais e
no pleno respeito dos diversos modos de viver.
*Trabalho apresentado ao professor Leonardo- Antropologia Social - UFAC
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