Quer conhecer alguém, como diz o ditado, conceda o poder a este. Quer
saber se a pessoa diverge, mostre seus pensamentos. São afirmações do
cotidiano que se revelam caráter em todos os níveis de sociedade e a
atualidade parece ser mais inovadora nesse contexto de repreensão das
diversas opiniões.
A pluralidade de pensamentos desde os primórdios foi pautada pelo
preconceito, dogmatismo e pela tentativa de condução de qualquer grupo
social que seja. Afirma José Manuel Sacadura Rocha (2013) que as
sociedades primitivas rejeitaram o poder externo, ou do estado, para
justamente não sofrerem manipulações de terceiros. Ao contrário,
escolhiam líderes de seus grupos, porém todos eram parte do processo. A
partir dessa leitura, nos convencemos de certo modo que agiram
corretamente naquele contexto, tendo acesso e possibilidade de
questionamentos sem os “cala bocas” sociais, promovidos pelos próprios
indivíduos acovardados.
É preciso então aprofundarmos o debate no cenário atual. Olhando para
o que escreveu Marx, já saberíamos que existiria a luta de classes,
onde as dominantes pretendem mesmo manipular as dominadas. Considerando
que somos partes das classes dominadas, vez ou outra surgem com altivez
aqueles que desejam fazer a gestão das multidões e como ovelhas ou boi
sermos conduzidos ao matadouro.
Quando escrevemos um texto de opinião estamos pautando? Em verdade
sabemos que é a tentativa. Embora não seja o centro, deve o leitor ser
suscitado a elevar seu pensamento crítico sobre as diversas
movimentações sociais. Parte da humanidade em todos os aspectos é
ignorante. Um dos momentos críticos escritos na Bíblia relata Jesus no
período da crucificação, onde a multidão preferiu o Barrabás, o ladrão, e
nenhum cristão ali se erigiu a questionar aquele procedimento, ficando
aí claro que sempre deve ser suscitada a dúvida, a crítica.
Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé converge quando o assunto é o
espaço que as redes sociais deram à todos os “idiotas” como afirmou
Humberto Eco. Ressaltam no entanto, que as tecnologias trouxe
desconhecimento e levou as pessoas a terem uma opinião superficial sobre
os diversos assuntos. Lembram no programa Roda Viva (31 de outubro de
2016) que essa opinião é fruto do ambiente aristocrático da
universidade, que pode ser debatido, porém, analisado de todos os
ângulos.
Espera-se mesmo nesse singelo texto suscitar o debate, as ponderações
e a importância de em todos os espaços de conhecimento, de promoção da
justiça, de cidadania e das políticas públicas sempre haver espaço
concorrente a crítica, a tolerância e o respeito ao próximo.
Gilberto Moura
Jornalista
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