domingo, 15 de outubro de 2017

Sobre a tentativa de “restrições” em diversos cenários

Quer conhecer alguém, como diz o ditado, conceda o poder a este. Quer saber se a pessoa diverge, mostre seus pensamentos. São afirmações do cotidiano que se revelam caráter em todos os níveis de sociedade e a atualidade parece ser mais inovadora nesse contexto de repreensão das diversas opiniões.

A pluralidade de pensamentos desde os primórdios foi pautada pelo preconceito, dogmatismo e pela tentativa de condução de qualquer grupo social que seja. Afirma José Manuel Sacadura Rocha (2013) que as sociedades primitivas rejeitaram o poder externo, ou do estado, para justamente não sofrerem manipulações de terceiros. Ao contrário, escolhiam líderes de seus grupos, porém todos eram parte do processo. A partir dessa leitura, nos convencemos de certo modo que agiram corretamente naquele contexto, tendo acesso e possibilidade de questionamentos sem os “cala bocas” sociais, promovidos pelos próprios indivíduos acovardados.

É preciso então aprofundarmos o debate no cenário atual. Olhando para o que escreveu Marx, já saberíamos que existiria a luta de classes, onde as dominantes pretendem mesmo manipular as dominadas. Considerando que somos partes das classes dominadas, vez ou outra surgem com altivez aqueles que desejam fazer a gestão das multidões e como ovelhas ou boi sermos conduzidos ao matadouro.

Quando escrevemos um texto de opinião estamos pautando? Em verdade sabemos que é a tentativa. Embora não seja o centro, deve o leitor ser suscitado a elevar seu pensamento crítico sobre as diversas movimentações sociais. Parte da humanidade em todos os aspectos é ignorante. Um dos momentos críticos escritos na Bíblia relata Jesus no período da crucificação, onde a multidão preferiu o Barrabás, o ladrão, e nenhum cristão ali se erigiu a questionar aquele procedimento, ficando aí claro que sempre deve ser suscitada a dúvida, a crítica.

Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé converge quando o assunto é o espaço que as redes sociais deram à todos os “idiotas” como afirmou Humberto Eco. Ressaltam no entanto, que as tecnologias trouxe desconhecimento e levou as pessoas a terem uma opinião superficial sobre os diversos assuntos. Lembram no programa Roda Viva (31 de outubro de 2016) que essa opinião é fruto do ambiente aristocrático da universidade, que pode ser debatido, porém, analisado de todos os ângulos.
Espera-se mesmo nesse singelo texto suscitar o debate, as ponderações e a importância de em todos os espaços de conhecimento, de promoção da justiça, de cidadania e das políticas públicas sempre haver espaço concorrente a crítica, a tolerância e o respeito ao próximo.

Gilberto Moura
Jornalista

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