sexta-feira, 30 de março de 2018

É preciso perder a cultura de não acreditar nas pessoas

Era tarde, o sol era escaldante, eu havia chegado do almoço e precisava deitar um pouco. O pensamento era inquieto e eu precisava refletir um pouco mais sobre acontecimentos, pequenos, médios e grandes. É hábito. 

Resolvi dá um Google (jogar palavras chaves na página de pesquisa) e lá fiz assim “acreditar nas pessoas”, milhões foram os resultados, e a maioria o contrário, apontando sempre para a descrença em acreditar nas pessoas e tudo indicando que podemos ser decepcionados. Tais resultados contrariam o que dizem as escrituras. 

Em João 4, no versículo 7 diz: Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Essa passagem não deve ser entendida como a submissão cega de não discordar, pontuar ou mesmo questionar o seu próximo sobre determinada demanda como querem alguns, deve ser entendida como ato de tolerância, respeito e até voto de confiança. 

 Temos que ter em mente que de fato podemos mesmo ser decepcionados e, também ser surpreendidos com ações positivas e de grande valor ético. E quais os riscos? Sêneca em seu texto sobre “Correr Riscos” pontuou que quem não corre risco deixa de aprender e viver. Apontam os estudos que o homem vive em profunda transformação, sendo para o lado do bem e do mal. 

 Acredito que devemos desarmar o modo “juiz” dentro de nós, eu principalmente, cada dia. Esse modo seria apenas aquele que julga antes dos fatos e sempre para o lado negativo. Ignorar os resultados empíricos em relação ao nosso próximo pode ser um exercício direto de respeito, lealdade e afetividade. Em tempo de que todos sabem sobre tudo, e entendem sobre tudo de forma artificial, temos a recorrer aos limites do bom senso, antes de atirar o caminhão de pedra das feridas que em nós já fizeram.

Gilberto Moura 
Editor

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